O produtor musical baiano Alfredo Moura mora há dois anos em Aveiro, próxima de
Lisboa, Portugal. Ele garante que o interior baiano em nada fica devendo às
cidades lusitanas. “Conheci uma fábrica de sabão, já cavalguei num pônei e bebi
água numa fonte natural. Isso aqui é um sossego”, testemunha ele, que passou
três dias com a família na Fazenda São Geraldo.
A diária do hotel custa R$ 120,
com direito a desfrutar de toda a infra-estrutura. Para fomentar o turismo
rural, histórico, ecológico e de negócios em Santo Antônio de Jesus, a
prefeitura, através da Secretaria de Turismo e da Associação Comercial e
Empresarial (Acesaj) estão organizando um famtour nos dias 22 e 23 deste mês.
Segundo Tau Tourinho, coordenador municipal de eventos, o roteiro vai incluir
visitas às fazendas da região.“Visitaremos os hotéis-fazendas, as serras, os
antigos engenhos de cana-de-açúcar e os prédios históricos da região”, adianta.
Ele lembra, porém, que para incrementar a atividade é preciso infra-estrutura.
“Necessitamos de abertura de novas estradas e melhorias das existentes, além de
segurança. A proposta é reunir os parceiros e fazer um catálogo turístico da
região e criar uma fundação de turismo rural para divulgar o potencial do
município de Santo Antônio de Jesus”, afirma.
GASTRONOMIA - É outro importante
atrativo para fomentar o turismo rural nas duas regiões. Num sábado pela manhã,
num rápido passeio pela feira livre do Centro de Abastecimento de Amargosa, o
visitante se depara com as pessoas típicas do interior, gente humilde,
trabalhadora, que ganha a vida vendendo os produtos da região. A feira tem
muitos açougues que comercializam carnes de gado, carneiro e bode. Além de
frutas e legumes, tudo de boa qualidade, fartura e preços acessíveis.
O turista
deve ficar atento: a carne-de-sol com pirão de leite e o aipim cozido são os
dois pratos típicos de Amargosa.Para comer bem essa iguaria, vale uma ida até o
“Rei da Carne do Sol”, um restaurante simples, onde todo mundo se encontra. A
casa oferece um saboroso churrasco que é servido até a exaustão. Andando mais um
pouco por entre as barracas de farinha, pimenta e ervas do mercado central, o
visitante encontra a rapadura do Arão, que pode comprar para levar. Personagem
folclórico da feira livre de Amargosa, Arão de Lima Alves, de 71 anos, é
conhecido como “Arão da Rapadura”.
Às 6h30 da manhã ele chega à feira para
comercializar as famosas rapaduras de coco e gengibre, além do açúcar mascavo,
que ele mesmo fabrica em casa. “É tudo artesanal. Faço o caldo depois de moer a
cana, cozinho a calda no tacho e bato com escumadeira até chegar ao ponto. Uma
hora por dia para fazer a rapadura e o açúcar”, ensina ele. Em Santo Antônio de
Jesus, a galinha caipira é o prato mais consumido da região.
Ao longo da BR-101,
inúmeros restaurantes servem a iguaria, onde o visitante pode encontrar o
escondidinho e a feijoada baiana. Na feira livre, que hoje está mais organizada
e dividida por setores, é possível encontrar os beijus coloridos, feitos nas
localidades da zona rural, e uma variedade de produtos agrícolas.