Os motoristas que trafegam pela BA-263, rodovia Conquista-Ilhéus, terão que utilizar rotas alternativas para desviar da Serra do Marçal, trecho de sete quilômetros de extensão, que teve o tráfego interrompido na tarde dessa quarta-feira, 31, por determinação do juiz da Vara da Fazenda Pública de Vitória da Conquista, Marcelo Luiz Santos Freitas.
O trânsito de veículos, em direção ao sul do Estado, deve utilizar a rota que começa no município de Barra do Choça, pela BA-265, passando pela cidade de Caatiba e saindo na BA-263, a 12 km de Itapetinga.
Também existem outras rotas, como a que parte do entroncamento de Boa Nova, na BR-116 (Rio-Bahia) e passa pelos municípios de Dário Meira e Almadina. É muito complicado, porque quem não conhece a região pode se perder, sem contar que nestes trechos as estradas estão ruins também, protestou o motorista Dinailson Mendes Filho.
Ainda pela BR-116 o motorista pode entrar em Poções, chegando à BA-262, rumo à Nova Canaã, Iguaí e Ibicuí, chegando ao Ponto de Astério, na BR-415. Se estiver em Conquista, na BR-116, existe a rota pelos povoados de Lagoa de Zé Luís e Jussara até chegar à BA-263, em Itambé.
A decisão liminar do juiz acata pedido da promotora da Cidadania, Guiomar Miranda de Oliveira, que ingressou com ação civil pública fundamentada num relatório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Bahia (Crea). Segundo informações, o governador Jaques Wagner deve visitar a região para avaliar de perto os estragos causados pela chuva e erosão na serra.
O trecho está com uma das vias destruídas pelas chuvas e, até a manhã desta quarta-feira, 31, o trânsito de veículos leves e pesados era à meia pista. A Serra do Marçal, que fica a 25 km de Conquista e a 509 km de Salvador, também corre risco de desmoronamento total e queda de barreiras.
O local tem histórico de acidentes fatais, como o de 9 de fevereiro de 2003, quando um ônibus com turistas de Brasília (DF) despencou numa ribanceira, matando 19 pessoas. O acidente ocorreu em uma curva na descida da serra. As vítimas viajavam para Porto Seguro, extremo sul baiano quando o veículo despencou 25 metros e parou à beira de um precipício com mais de 100 metros de altura.
Além do parecer técnico do Crea a Promotoria também consultou reportagem publicada em
A Tarde dia 27 de dezembro do ano passado intitulada Conselho pede interdição de serra. O pedido do Crea foi justificado pelo deslizamento de encostas, rompimento dos muros de contenção e do comprometimento do asfalto em um dos trechos, resultando numa arriscada passagem em tráfego à meia pista.
O trecho é passagem obrigatória dos turistas do Centro-oeste do País rumo ao litoral sul da Bahia. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), diariamente passam mais de 2 mil veículos pela serra, que encanta pela beleza e assusta pelo perigo em qualquer um dos sentidos de tráfego.