A escrevente da Vara Crime da Comarca de Remanso (705 Km de Salvador), Iara Leobas de Alencar, 34 anos, foi presa em flagrante por tráfico de armas no posto fiscal da Receita Federal da BR 020 em Brasília, na noite desta terça-feira, 11, juntamente com o marido Alexandre de Souza da Silva, 44 anos. Com eles, a polícia civil do Distrito Federal encontrou uma caixa de papelão com 26 armas, sendo 19 de calibre 38, seis de calibre 32 e uma pistola de calibre 32. A Polícia Civil suspeita que as armas, todas com registros apagados, tenham sido levadas da Vara Crime para serem vendidas a traficantes em Brasília.
A prisão aconteceu depois que o nome de Alexandre apareceu durante escutas feitas pela polícia na investigação de traficantes de Brasília em maio deste ano. O grupo vinha sendo acompanhado há pelo menos seis meses e a prisão feita pela Civil contou com apoio e bloqueio da Polícia Federal. Outras três pessoas foram presas acusadas de envolvimento no esquema e trabalhavam no Banco Internacional de Desenvolvimento, onde Alexandre era vigilante. Estão presos também Márcio Nunes de Souza, de 36 anos, João Ferreira de Bavor, 35, e Marcos Nunes de Souza, 22 anos.
A notícia da prisão chegou à Comarca de Remanso através de ligação da Polícia Civil ao juiz Cláudio Pantoja, que recebeu por fax uma cópia do auto de prisão em flagrante. Ele ficou surpreso com a prisão, pois a funcionária que ocupa o cargo de escrevente da Vara Crime há mais de 10 anos era de total confiança de todos. O juiz determinou imediata suspensão de todos os trabalhos da Vara Crime mobilizando escrivão e demais funcionários para fazer “uma procura minuciosa do inventário das armas para se descobrir as faltantes”. Além disso, foi determinado ao delegado da Polícia Civil de Remanso abertura imediata de inquérito policial para apurar fatos supostamente ocorridos.
“Caso seja comprovado que de fato as armas foram subtraídas da Vara Crime, a serventuária em questão responderá e será presa também por peculato – apropriação indébita praticada por funcionário público”, afirma o juiz Cláudio Pantoja. Ele informa ainda que já oficiou à Corregedoria Geral de Justiça para ter ciência e instaurar inquérito administrativo disciplinar.