A morte dos dois bebês recém-nascidos no domingo, 26, no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho, em Jacobina (distante a 323 km de Salvador), não foi provocada pela falta de médicos ou por negligência da unidade. A informação foi passada pela diretora administrativa da unidade, Ana Carla Cordeiro de Andrade.
Ela disse, inclusive , que um dos bebês, que nasceram de parto normal, estava morto na barriga da mãe."Este bebê estava com morte intrauterina, ou seja estava morto na barriga e a mãe tinha consciência disto, tanto que se recusou a ver o feto", disse Ana Carla.
A diretora informou ainda que o bebê estava macerado, ou seja, com a pele soltando, o que significa que a morte teria ocorrido há vários dias. "A mãe foi encaminhada para cá, pelo fato do feto está morto. Ela não é da cidade", lembrou.
O bebê de Milane Souza Araújo nasceu prematuro na madrugada de domingo, e teria morrido pela manhã por falta de um pediatra e de uma UTI Neonatal, segundo familiares.
A diretora informou que o bebê nasceu de 8 meses e apresentou Síndrome da Membrana Hialina, que significa que o pulmão ainda não estava "maduro" para que ele respirasse sozinho. "Por isto necessitava de uma UTI Neonatal, mas tentamos a transferência pela Central de Regulação que negou o nosso pedido alegando falta de vaga", afirmou.
O médico Manoel Ignácio Júnior, que trabalha no hospital, informou que a Síndrome da Membrana Hialina é um é um distúrbio decorrente da produção insuficiente de surfactante pulmonar, e da má adaptação a vida extrauterina. "Geralmente este problema é detectado no pré-natal e é corrigido com medicação para amadurecer o pulmão do bebê, mas neste caso não posso afirmar porque não tenho o histórico do acompanhamento gestacional da paciente", frisou.
Embora os familiares tenham afirmado que houve negligência, nenhuma queixa foi registrada na delegacia do município nesta segunda-feira, 27.