Crianças foram encaminhadas para o projeto Social "Rua Tô Fora", em Feira de Santana
Os cinco irmãos com idades entre 11 e 2 anos que foram vitimas de maus tratos praticados pelos pais no município de Feira de Santana (distante a 108 km de Salvador), foram transferidos na tarde desta quinta-feira, 29, do projeto "Rua Tô Fora" para outra instituição social, onde permanecerão abrigados até que a Justiça decida sobre a guarda. A determinação foi do juiz titular da Vara da Infância e Juventude, Walter Ribeiro com o intuito de resguardar as crianças.
"O juiz não autorizou que informássemos o nome da instituição por medida de segurança, pois estas crianças já foram expostas a violência e temos que preservá-las", explicou a coordenadora do projeto Aline Magalhães.
As crianças, duas meninas e três meninos, foram encontradas na madrugada da última terça, 27, em estado de abandono pelo Conselho Tutelar após denúncias de vizinhos que encontraram duas delas em um matagal no distrito de Maria Quitéria.
De acordo com a conselheira tutelar Magna Moreira, a denuncia dava conta de que as crianças de idades de 11 e 9 anos estavam há dois dias em um matagal. Chegando ao local eles encontraram os irmãos, dormindo embaixo de uma árvore, que informaram que estavam se alimentando de frutas.
"Eles disseram que fugiram de casa para não apanhar da madrasta, que costumava bater neles de bainha de facão. Ao chegarmos na residência onde moravam encontramos mais 3 crianças em sujas e com fome, em total estado de abandono", disse a conselheira.
Magna Moreira informou ainda que as crianças estavam bastante abaladas psicologicamente e apresentavam marcas de violência que foram praticadas anteriormente. "Vizinhos informaram que eles são vitimas de maus tratos a muito tempo e a mulher, que é mãe de apenas três crianças disse ter problemas mentais, o que deve ser confirmado", destacou.
Os pais, identificados como Moisés Cascemiro da Silva e Josileide Barbosa da Costa estão presos no Conjunto Penal de Feira de Santana após serem flagrados por crime de maus tratos e lesão corporal.
A menina mais velha, de 11 anos, contou que era vitima de agressões físicas constantes praticadas pela madrasta que inclusive a tinha expulsado de casa. "Não sou filha dela, mas ela bate muito em mim e em meus irmãos. Minha irmãzinha de 2 anos era jogada no chão por ela. Meu pai bebe muito e só chegava de noite, contava para ele que não fazia nada com ela", disse a menina ainda assustada.
Segundo a assistente social da Vara da Infância e Juventude, Rita Vitória Cordeiro alguns familiares já expressaram o desejo de ficar com os irmãos, mas é necessário que se faça um estudo social deles para que a guarda provisória seja decidida. "Temos que resguardar estas crianças, então eles passaram por uma avaliação técnica com psicólogos e assistentes sociais para sabermos se estão aptos a ficar com as crianças. No final faremos um relatório que será analisado pelo juiz que decidirá o destino delas", frisou.