Eduardo Daltro não respondeu às perguntas da juíza
O ex-vocalista da Banda New Hit, Eduardo Daltro, usou do direito constitucional de permanecer em silêncio para não responder às perguntas da juíza Márcia Simões, nesta terça-feira, 17, durante audiência de instrução no Fórum de Ruy Barbosa (320 km distante de Salvador). Na saída do fórum, em declaração à imprensa, ele afirmou ser inocente. "Não cometi estupro, foi consensual com uma fã que gostava de mim".
Depois de Eduardo, outro integrante da banda, Guilherme, mais conhecido como Guiga, também foi ouvido e já deixou o Fórum sem falar com a imprensa. Nesta tarde, o policial militar Carlos Frederico Santos de Aragão, de 28 anos, que também responde ao processo, está sendo ouvido. Ele é acusado de cumplicidade no crime por ter permanecido na porta do ônibus durante a ação.
Segurança
Para evitar confrontos, a Polícia Militar (PM) isolou uma área de 200 metros em torno do Fórum e policiais de Feira de Santana e Itaberaba foram chamados para reforçar a segurança na cidade. A medida foi tomada porque no dia 3 de setembro o julgamento foi suspenso depois de os acusados alegarem falta segurança no município.
Eles argumentaram que o prefeito de Ruy Barbosa, José Bonifácio, teria agredido verbalmente o cantor Eduardo Daltro e os advogados da banda. A situação aconteceu durante o horário de almoço. Nesta terça, cerca de 60 integrantes da Marcha Mundial das Mulheres protestam na cidade, pedindo a condenação do grupo.
Caso
Os músicos são acusados de violentar duas adolescentes de 16 anos após um show em Ruy Barbosa. As meninas dizem que foram ao ônibus da banda para tirar fotos e pedir autógrafo aos músicos. Na ocasião, elas afirmaram que foram levadas para o fundo do veículo, onde foram estupradas. Os acusados confirmam a relação sexual, mas alegam ter sido consensual.
Exames de DNA confirmaram a presença de sêmen dos acusados nas meninas e nas roupas que elas usavam. Os músicos chegaram a ficar 38 dias presos, mas foram liberados em 3 de outubro.