Recuperação da estrada Alto Horizonte começou em fevereiro e está prevista para terminar mês que vem
Fruto de uma parceria entre entidades públicas e privadas, a recuperação de uma estrada vicinal que passa pelos povoados Novo Paraná e Alto Horizonte, no município de Luís Eduardo Magalhães (a 940 km de Salvador, no oeste baiano), é motivo de contentamento entre agropecuaristas e familiares, colaboradores e moradores da região.
A obra viária faz parte do Projeto de Conservação dos Recursos Naturais da Lavoura de Algodão e Escoamento da Produção, conhecido também como Patrulha Mecanizada, que tem à frente a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).
No terceiro ano de atuação na região do cerrado baiano, sempre em modelo de parceria, o projeto já concluiu 380 quilômetros de estradas, em vários municípios produtivos.
Iniciados em fevereiro, os serviços na estrada Alto Horizonte estão previstos para ser finalizados no próximo mês. Serão recuperados 45 km, afetando cerca de 50 mil hectares em produção e mais de mil habitantes.
Conforme o presidente da Associação dos Produtores da Linha Alto Horizonte, Fábio Ruediger, vários benefícios vêm com a reabilitação da estrada, além do fator econômico, pois o frete para receber insumos e escoar a produção é mais caro para lugares com estradas em más condições de tráfego.
Fator social
Fábio Ruediger citou, também, o fator social "porque na estrada boa é facilitado o deslocamento das pessoas em situações de rotina e, principalmente, nas emergências".
Motorista de transporte escolar, Clauber Griedler Martins, faz os 45 km de percurso da estrada todos os dias da semana, buscando e levando alunos que moram no povoado Alto Horizonte e ao longo da via, e que estudam em Novo Paraná.
"Fiquei muito satisfeito com a iniciativa. Todos ganhamos tempo e conforto. Os proprietários dos veículos verão também reduzidas as despesas com peças quebradas, por causa dos buracos e carros atolados no tempo da chuva. Já sofremos muito por aqui", enfatizou.
Modelo
O modelo utilizado pelo programa de recuperação de rodovias vicinais facilita a absorção da água das chuvas que naturalmente escorrem pelas estradas.
É favorável esta preocupação de preservar o solo, evitando erosões e outros impactos", disse Ruediger.
Desde a sua implantação, o projeto construiu cerca de 2.200 bacias de captação de água pluvial, cerca de 2 mil desvios laterais de água e 250 terraços, lembrou o presidente da Abapa, Celestino Zanella. Ele destacou que o adequado escoamento das águas é determinante para a conservação do solo e preservação do lençol freático.
Zanella enfatizou, ainda, que as estradas estando bem conservadas evitam acidentes com perdas de vidas e prejuízos econômicos, "além de favorecer a programação de recebimento de produtos e entrega da produção, imprescindíveis para a boa condução das lavouras".
Participam da empreitada, além da Abapa, os produtores daquela região, o poder municipal, o Instituto Brasileiro do Algodão e o Fundeagro.