Material apreendido foi apresentado à imprensa
Thiago Carneiro de Carvalho, de 30 anos, estava livre há menos de 15 dias, mas voltou a ser preso quando foi resgatar comparsas que se envolveram em uma troca de tiros com homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, em Feira de Santana (a 108 Km da capital).
Os bandidos levavam armamento de Salvador para Feira que, segundo a polícia, seriam usados em assaltos a bancos. Dois fuzis AR-15 e uma pistola 9 mm foram apreendidas. Um dos fuzis estava em poder de Jorge Martins Júnior, que teria resistido à prisão e morreu em confronto com PMs. Outros dois bandidos conseguiram escapar, mas Thiago não.
Ele já tinha sido preso no dia quatro de abril, quando se preparava para arrombar um caixa eletrônico do Bradesco em Lauro de Freitas. Mas no último dia 16 a Justiça concedeu o benefício para ele responder o processo por furto qualificado em liberdade. Além das armas, a polícia apreendeu na casa de Thiago, em Feira de Santana, notebook, cadernos com anotações e celulares.
Segundo o major Marcelo Barreto, comandante da Força Tarefa da Secretaria de Segurança Pública de combate a roubo a banco, o material continha uma farta documentação da facção criminosa Comando Catiara. "O material será analisado para verificar se é contabilidade da Catiara, se havia planejamento de outras ações e para tentar identificar outros líderes", explica.
Chefão está preso
Ainda conforme o major, o líder dessa facção é Adilson Souza Lima, o Roceirinho, 35, que está preso no Presídio de Segurança Máxima de Serrinha. Marcelo Barreto afirma que Jorge Martins, que morreu em confronto, era a liderança da Catiara no bairro de Valéria, de onde partiu o armamento.
De acordo com o delegado Maurício Moradillo, coordenador de combate a roubo a banco do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), o bairro de Valéria é o local onde a facção Catiara utiliza para esconder drogas e armas. "A Catiara foi criada há quatro anos, após a prisão de Roceirinho. Só perde para o PCC em questão de distribuição de drogas na Bahia".
O delegado explica que toda vez que a quadrilha tem um baque com grandes apreensões de drogas, eles vão atacar bancos. Isso explicaria a atuação da facção em diferentes áreas.