Representantes de diversos segmentos da comunidade de Seabra, 450 km de Salvador, reunidos na manhã desta sexta-feira, 16, no Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia das Bahia (Ifba) da cidade, discutiram a urgência na pavimentação da estrada de acesso, bem como sua iluminação, para que todo o potencial do campus seja usufruído pelo público interessado.
Do encontro foi criada uma comissão, que está se estruturando para levar a demanda até autoridades do Município, do Estado e da União, cobrando celeridade em uma solução definitiva de modo que os cursos noturnos possam ser efetivados.
Do centro urbano, cujo limite é a Unidade de Pronto Atendimento (Upa), até o Campus são 1.800 metros de estrada de chão, sem iluminação e segurança, pois é uma área totalmente desabitada. "Precisamos garantir estas obras o quanto antes. Já são quase cinco anos de espera", afirmou o diretor geral do Ifba/Seabra, Robson Menezes.
Ele acrescentou que desde a construção Campus, diversos prefeitos da região se comprometeram com o fortalecimento do IFBA na Chapada Diamantina, o que incluía o acesso e a permanência dos estudantes, com referência para a oferta de transporte e estruturação da estrada, que dá acesso também a comunidades rurais de Seabra.
"Finalizamos as obras, acompanhamos a mudança das gestões municipais e o compromisso não se tornou realidade", reclamou o diretor. Atualmente o campus, que atende a 10 municípios do entorno de Seabra, oferece cursos técnicos integrados de informática e meio ambiente, que também poderia ser ofertado subseqüente ao ensino médio.
No entanto, como o problema do acesso ainda não foi resolvido, "a instituição está impossibilitada de inaugurar cursos noturnos, focados, especialmente, no público que trabalha durante o dia e precisa conciliar estudo com profissão", lamentou Menezes, acrescentando que só funcionam até as 17hs, "porque alunos e funcionários já foram assaltados neste trajeto".
Depoimento - Para a egressa do curso técnico subsequente de meio ambiente, Tatiane Silva, moradora do povoado de Velame, a precariedade do acesso e a incerteza do serviço de transporte municipal dificultaram o seu estudo.
"Ia diariamente para o campus, juntamente com minha irmã e três primas, no transporte municipal escolar. Mas o ônibus nem sempre estava disponível - como em feriados e no período da greve dos professores - então, por alguns momentos, era preciso recorrer a caronas", afirmou.
Ela destacou que foi um período de aflição, sendo duas conduções para ir e duas para voltar. "O local onde a gente esperava carona logo escurecia e era um risco ficar ali", relembra a jovem, cobrando uma postura das autoridades diante do problema que persiste.