Da Redação com informações de Tainá Cristina | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE
Os religiosos terminaram a manifestação no Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão
A 1° Caminhada Tembwa Ngeemba reuniu mais de 400 integrantes de matriz africana, neste sábado, 24, no bairro Portão, localizado em Lauro de Freitas. Os praticantes do candomblé percorreram algumas ruas, com cantigas, rituais religiosos e cartazes, em defesa da paz, respeito, preservação da vida, diversidade humana e ambiental.
Acompanhados por um trio elétrio, crianças, jovens, adultos e idosos se concentraram no Terreiro São Jorge Filho da Goméia, terreiro reivindicando também, contra o racismo, a intolerância religiosa e em favor da preservação ambiental e territorial.
O movimento reuniu lideranças, a exemplo da Ebomi Nice de Oyá (Terreiro Casa Branca), da Mameto Cláudia Santos (Terreiro Mansu Dandalunda), da Ialorixá Jaciara Ribeiro (Axé Abassá de Ogum) e do Babalorixá Jadilson Lopez (presidente da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacabe).
Nos cartazes, mensagens que envolveram os praticantes na iniciativa de luta e resistência, “Salve as folhas”, “Respeito ao povo do terreiro”, “Não queime a amazônia” e “Diga não à intolerância religiosa”.
“A caminhada é um modo de fortalecer e reunir pessoas do candomblé e outros religiosos, num só motivo, pela paz, igualdade e respeito. É a primeira vez que esse ato acontece em Lauro de Freitas e espero se reflita em Salvador, na Bahia, no Brasil e no mundo. No sentido de perceber que as diferenças possam viver em harmonia, que fazemos parte do mesmo planeta e somos seres humanos iguais e precisamos cultuar”, destacou a Mamito do Terreiroão Jorge Filho da Goméia, Lúcia Kamurici.
Após caminhar mais de dois quilômetros, os religiosos terminaram a manifestação no Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão, à beira do Rio Joanes, maior rio desse território, com foz na praia de Buraquinho. Ao finalizar os atos democráticos e ritos religiosos, foram distribuídos acarajés.
Evento marcou a comemoração do mês de agosto que é dedicado a consagrar os Orixás, Nkisses e Vodus de grande importância e valor para o povo de candomblé, todos ligados intimamente à relação com a terra, com o universo e toda a sua complexidade. Para as entidades da nação Bantu e Angola, além de celebrar os Nkisses Nsumbo, Zumbá, Angorô, agosto é o mês em que se festeja Tembwa (Tempo), energia para a qual convergem pensamentos, planejamentos e construções da vida.