Josafá Ramos, diretor da Aspra ,em Feira e o coronel Adelmario Xavier após reuniam
Após 18 horas de paralisação policiais militares de Feira de Santana, distante 109 quilômetros de Salvador, retornaram as atividades neste sábado, 19. A decisão de volta ao trabalho foi tomada pela categoria após uma reunião com o comandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL) coronel Adelmário Xavier na sede da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares no Estado da Bahia (Aspra).
Os policiais paralisaram as atividades por volta das 17 horas de sexta-feira após tomar conhecimento da prisão do vereador Marcos Prisco, realizada pela Polícia Federal. Uma mobilização acontecerá terça-feira, 22, a partir das 13 horas no centro da cidade, onde a categoria discutirá quais ações serão desenvolvidas.
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"A categoria já vinha conversando e começaram a cogitar um fim para a paralisação, mas com a conversa que tivemos com o comandante do CPRL, chegamos ao acordo e vamos retornar ao trabalho. Mas teremos a mobilização na terça e contamos com todos os colegas", garantiu o coordenador da Aspra, Josafá Ramos.
Com gritos de "Um, dois, três, quatro, cinco mil se não soltar Prisco vamos parar o Brasil", os policiais militares de Feira de Santana foram os únicos a continuar paralisados, mesmo com a orientação dos lideres do movimento, como deputado estadual capitão Tadeu, que todos os policiais continuassem trabalhando.
"Aqui na cidade, a categoria tomou uma decisão individualizada. Não tem liderança da ASPRA ou qualquer outra entidade a frente da paralisação. Os policiais se mobilizaram e decidiram parar até que a prisão de Prisco seja revogada", afirmou Josafá Ramos.
O comandante do CPRL confirmou o total apoio a mobilização de terça e garantiu que terá policiamento para fazer a segurança da categoria. "Estamos aqui para apoiar a decisão deles de forma democrática. Como fazemos com todas as categorias, iremos apoiar esta mobilização dos policiais", informou.
A adesão na cidade foi de 90% dos policiais. Neste sábado pela manhã poucas viaturas circulavam pela cidade e mesmo assim os policiais que estavam de serviço afirmaram estar fazendo a "operação tartaruga" ou seja só atendiam ocorrências de urgência. Os ônibus coletivos funcionaram desde as 06 horas e o comércio funcionou com cerca de 80% das lojas abertas.
Mesmo sem um anuncio formal de greve os reflexos da paralisação da PM começaram a ser contabilizados ainda na noite de sexta com o registro de cinco pessoas assassinadas em menos de 12 horas e a explosão de um caixa eletrônico de um posto de atendimento da Caixa Econômica Federal (CEF) localizado no bairro Cidade Nova.
"Acordamos com o barulho da explosão, fiquei com medo, pois a casa balançou, achei que era a minha casa que estava desabando. Foi um susto", contou uma aposentada que reside próximo ao posto de atendimento.
A força nacional que chegou a cidade desde a última quarta-feira, continua fazendo rondas pela cidade. De acordo com o tenente Paulo Jamerson ao todo são 50 homens vindos de Brasilia e a expectativa é que mais 50 cheguem hoje vindos do Rio de Janeiro. "Não temos nada definido para deixarmos a cidade, por enquanto manteremos o nosso trabalho", afirmou.