Sob forte esquema de segurança, começou hoje no Rio a 75º Assembléia Geral da Interpol, que reúne representantes das polícias de 152 dos 184 países-membros. O presidente da organização internacional, o sul-africano Jackie Selebi, abriu ontem o evento pedindo mais recursos para que a Interpol possa responder aos desafios atuais na área de segurança. Segundo Selebi, a Interpol vive um momento especial, em que cresce em meio a cada vez mais desafios e, por outro lado, conserva a praticamente a mesma estrutura de sua criação, há 83 anos.
"À proporção que crescemos, demandas adicionais recaem sobre nossos ombros", discursou Selebi na solenidade de abertura. Entre as necessidades da Interpol, cuja sede fica em Lyon, na França, Selebi destacou mais espaço para aperfeiçoar as atividades da organização, cujo compartilhamento de bancos de dados é o principal instrumento, e o investimento em sistemas para tornar mais eficazes os controles de fronteira. "Espero que não tenhamos medo de tratar desse assunto na conferência", disse o presidente. Também participaram da abertura o secretário geral da Interpol, Ronald Noble, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e a governadora do Rio, Rosinha Garotinho.
As plenárias onde policiais de vários países trocarão informações sobre temas como o combate ao crime organizado, terrorismo e tráfico de drogas e de pessoas até sexta-feira acontecem numa arena montada no Forte de Copacabana, na zona sul do Rio. Mais de mil policiais, entre federais, civis e militares, foram mobilizados para dar segurança aos participantes. Helicópteros com atiradores de elite sobrevoavam o tempo todo a Praia de Copacabana, onde botes da Polícia Federal faziam o patrulhamento na água.
Segundo o coordenador da Polícia Federal no Brasil, Alberto Lassere, o evento servirá de ensaio para o planejamento da segurança dos jogos Pan-Americanos de 2007. Para ele, a realização da conferência no Rio é uma oportunidade para trocar informações com policiais de outros países e acabar com o mito de que o Brasil é o esconderijo ideal para criminosos internacionais. Segundo ele, mais de 50 fugitivos estrangeiros foram capturados no Brasil recentemente.