O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) deflagrou hoje uma operação para combater um suposto cartel no fornecimento de merenda escolar. A Operação Merenda mobilizou dezenas de policiais militares, policiais civis, auditores fiscais e promotores de Justiça no cumprimento de mandados de busca e apreensão na capital mineira e nas cidades de Contagem, Mariana, Varginha e Uberaba. Conforme o MP mineiro, uma farta documentação foi apreendida, além de discos rígidos de computadores e cerca de R$ 1,5 milhão em cheques em uma das empresas investigadas, com sede na Ceasa-MG.
De acordo com o MP, a ação foi feita conjuntamente pelo Ministério Público de São Paulo, onde foram cumpridos mandados nos municípios de Tietê e Sorocaba. As investigações foram iniciadas há dois anos a partir de denúncias recebidas pelos promotores de Justiça de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. O MP tem indícios de que a prefeitura tenha pagado irregularmente cerca de R$15 milhões a uma empresa fornecedora já denunciada.
"Estamos buscando elementos para a confirmação do cartel, da lavagem de dinheiro e da participação de determinados agentes políticos em corrupção", disse o promotor Fabrício Fonseca. "Há indícios de pagamento de pagamento de propina em São Paulo. Em Minas não temos esses indícios ainda." De acordo com o MP-MG, o esquema criminoso reproduz no Estado o mesmo procedimento apurado em São Paulo, envolvendo sete empresas acusadas de dividir entre si os municípios paulistas na terceirização da merenda escolar. A merenda escolar era fornecida com um valor pelo menos 30% maior, se comparados com o valor da preparação dos alimentos pelo próprio município.