Baby, que cantou no Rock in Rio 1, gravou músicas de Pitty e Rita Lee
Cidade Hemp, Pitty do Brasil, Ira de Titãs, Jota do Sucesso e Marcelo Zumbi. A mistura entre os nomes de alguns artistas e bandas consagradas do pop rock foi uma brincadeira da Musikeria, durante o lançamento do projeto especial Rock In Rio 30 Anos Box Brasil, que aconteceu terça-feira, no Rio de Janeiro, para representar a troca de repertório entre eles no projeto que celebra os 30 anos de um dos maiores eventos de música do planeta.
A caixa, que contém um DVD com 30 regravações inéditas e o making of com imagens de bastidores e entrevistas com artistas e produtores, dois CDs (volumes 1 e 2) e um fichário com 59 partituras, relembra alguns dos sucessos que invadiram o palco do Rock in Rio ao longo dos anos de existência do festival. O destaque fica por conta dos hits da década de 80, o que gera uma pegada saudosista nos fãs.
Os Paralamas do Sucesso regravaram Ultraje a Rigor e Lulu Santos; Baby do Brasil escolheu a baiana Pitty; Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, ficou com Legião Urbana; e Cidade Negra com Planet Hemp e Pepeu Gomes. Os próprios artistas escolheram a canção que iriam gravar. A única exigência feita pelo produtor musical, Liminha, era que não poderia ser uma canção própria.
"Quando nos informaram que poderíamos escolher as nossas canções, não tive dúvidas. Escolhi Legalize Já! , justamente porque o debate sobre a legalização das drogas está de volta. É preciso fazer essa discussão. Independente de quem é usuário ou não. Existe uma questão social envolvida nisso tudo", explica Toni Garrido, vocalista do Cidade Negra, que completa. "No caso de Pepeu, foi uma forma de homenagear um ídolo".
Mesmo sem a formação original da Legião Urbana, liderada por Renato Russo, nunca ter tocado no Rock In Rio, a banda brasiliense também faz parte do projeto. Homenageando e sendo homenageada. O guitarrista Dado Villa-Lobos assume os vocais e canta Toda Forma de Poder, dos Engenheiros do Hawaí.
"Acho bacana a homenagem ao Legião, mas gostei muito mais de homenagear. De poder tocar Engenheiros, uma banda que é contemporânea nossa e que foi esquecida. Os caras fazem um belo trabalho, mereciam mais destaque no cenário musical", diz Dado.
As gravações do especial aconteceram em um único estúdio e em tempo recorde. Em uma semana o material já estava pronto. Os artistas tinham a autonomia para escolher também os arranjos e a Suricato, vencedora da edição de 2014 do programa Superstar, da Rede Globo, servia de banda base.
"Pra gente é uma grande honra. Imagine, tocar com esses ícones do rock brasileiro! São artistas que admiramos, sentimos que tínhamos uma grande responsabilidade", assume.
Nostalgia
Baby do Brasil, que ainda era Consuelo, foi uma das atrações da primeira edição do Rock in Rio, em 1985. E no box, a mãe de Pitito, 30, o filho que ela carregava no ventre enquanto se apresentava no festival, optou em homenagear duas cantoras que ela diz admirar: Rita Lee e Pitty. Para escolher as canções da regravação, Baby conta que recorreu a ninguém menos que Deus.
"Fechei meus olhos, orei e pedi iluminação ao criador. Estava em frente ao computador e, quando abrir meus olhos novamente, a seta estava em cima do ícone que ligava a música de Pitty, Semana que Vem. Entendi que era a resposta, o sinal divino, afinal é uma música profética, ela fala de segurar as oportunidades. Não sabemos do amanhã, só Deus", revela.
Sonho
Idealizador do projeto, o empresário Luiz Calainho conta que a produção do Especial Rock In Rio 30 Anos Box Brasil serviu também para realizar os seus sonhos de fã.
"Participei de todas as edições do Rock in Rio. Estava lá em 1985, com apenas 19 anos, e já percebia o quanto aquilo era grandioso, era algo mágico. Depois participei trabalhando, mas nunca perdi o encanto. Esse box é para celebrar isso. A magia que o Rock in Rio faz na vida das pessoas. 30 anos da realização de um sonho, 30 anos de pura magia".
(*) A jornalista viajou a convite da Musikeria