Cubana Omara Portuondo é a atração internacional
A música de percussão chega no Rio Vermelho nesta sexta-feira com o PercPan - Panorama Percussivo Internacional. O encontro, que acontece na capital baiana desde 1994, celebra a 22ª edição com artistas de todas as partes do Brasil e de fora.
Baco Exu do Blues, Dão e a Caravana Black, Bongar e Santeria Cubana, Letieres Leitte & Orkestra Rumpilezz e Lenine e a cubana Omara Portuondo são algumas das atrações.
O PercPan tem boas novidades. A primeira delas é que esta será a segunda edição do festival em 2017 – a primeira aconteceu em janeiro. A outra novidade é que todos os shows vão acontecer no Rio Vermelho, a céu aberto.
Para Beth Cayres, criadora do evento, esta é uma edição que celebra um bairro musical da cidade e grandes artistas baianos.
"Nós fizemos uma edição em janeiro [em vários locais] com uma curadoria de muita representação universal dos povos, que é uma característica do festival. Embora com a crise cultural, estamos fazendo a segunda edição no mesmo ano. Escolhemos privilegiar a Bahia, que tem uma qualidade artística altíssima. Todos os artistas trazem uma representação gigantesca e dialogam com a cultura de matriz africana", conta Beth.
O grupo de gaita-de-fole Brazilian Piper abre a primeira noite de música do festival, na sexta, a partir das 19h30, seguido pelo rapper soteropolitano Baco Exu do Blues. Ele não nega o nervosismo de se apresentar no festival: "Me deixa muito animado e honrado, mas dá um frio na barriga. Acho que vai ser algo novo e marcante a energia do show que a gente tá preparando", conta.
Finalizando a primeira noite, subirá ao palco uma das parcerias mais queridas pelo público nos últimos anos, Letieres Leitte & Orkestra Rumpilezz e Lenine. O maestro conta que preparou um repertório com músicas que possuem combinações rítmicas que têm a ver com a ancestralidade baiana.
O bloco afro Ilê Aiyê abrirá a segunda noite. Logo em seguida se apresentarão Dão e a Caravana Black, mostrando o resultado de um irresistível e dançante garimpo da black music contemporânea. "Participar de um evento que valoriza a música percussiva é muito importante, e estar em uma grade de programação como essa, recheada de grandes artistas, é enriquecedor para minha carreira e história", diz o artista.
Ainda na sexta, o grupo pernambuco Bongar trará repertório que remete à questão da religiosidade do candomblé.
Diva cubana
A cubana Omara Portuondo finalizará o PercPan com voz marcante. Ela também não nega o nervosismo de se apresentar no festival e não poupa elogios ao Brasil. "É sempre um prazer retornar ao seu belo país, e espero que todos estejam felizes com o show. Vou dar o meu melhor ao público da Bahia", garante a cantora.
O PercPan terá, nesta quarta, a mesa-redonda Ética e Integração Cultural na Música, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e o Workshop de Produção Musical com as Crianças da Rumpilezzinho, com Alê Siqueira, na sede da Orkestra Rumpilezz, no Pelourinho. Para Beth, o tema da mesa-redonda tem tudo a ver com a vocação do evento: promover o encontro musical entre diversos povos e o intercâmbio entre culturas.
Com patrocínio da Petrobras e Prefeitura de Salvador, o evento tem curadoria e direção musical de Alê Siqueira, consultoria artística do jornalista e crítico musical baiano Hagamenon Brito e Lenine como mestre de cerimônia.
* Sob a supervisão do jornalista luiz lasserre