Elenco tricolor comemora triunfo sobre o Santos, que garantiu vaga na Copa Sul-Americana de 2021, na Arena Fonte Nova | Foto: Felipe Oliveira | EC Bahia
Série A. Este é o lugar no qual todo clube brasileiro quer estar no início de cada ano. Disputar a elite do futebol nacional significa a chance de conquistar um título de primeiro escalão, disputar uma Libertadores ou até uma Copa Sul-Americana no ano seguinte. Porém, para além do retorno técnico, existe o retorno financeiro. Visibilidade maior para sua marca, patrocínios mais poderosos e as próprias premiações são alguns dos benefícios que estar neste seleto grupo lhe garante.
Para o Bahia, ter escapado do rebaixamento na penúltima rodada e a classificação para a ‘Sula’ na última foi muito mais do que um alívio. Representou a tranquilidade para projetar um ano melhor em 2021. A começar pelo fato de que o torneio continental lhe renderá, de cara, R$ 4,9 milhões. Este valor aumentará em caso de classificação para o mata-mata. Uma eliminação com o segundo lugar na fase de grupos também já rende uma graninha extra: R$ 900 mil. O campeão consegue valor acumulado de R$ 37,5 milhões.
Já em relação às cotas televisivas, o Bahia deixou de perder R$ 60 milhões. É o que aponta o próprio orçamento do clube para 2021. A expectativa com uma queda para a Série B, de acordo com balanço divulgado pelo clube, era de R$ 108,5 milhões até o fim do ano. A permanência na primeira divisão coloca essa meta em R$ 171,9 milhões.
A premiação alcançada pelo 14º lugar foi de R$ 11,9 milhões. O valor supera em R$ 900 mil o recebido pelo 15º colocado, Sport, e em R$ 1,8 milhões o do 16º, Fortaleza.
Vale lembrar que a pandemia afetou as finanças do clube, deixando uma dívida de R$ 20 milhões a ser paga. A informação foi divulgada pelo próprio presidente Guilherme Bellintani, em entrevista concedida ao A TARDE em dezembro, pouco antes de sua reeleição. Esse foi o principal motivo pelo qual o atual gestor se candidatou novamente.
No balanço geral de 2020, o Tricolor esperava arrecadar R$ 179 milhões. Era o maior orçamento da história de um clube nordestino. No final, esse valor foi de R$ 137 milhões, também por causa da pandemia. A venda de Gregore para o Inter Miami, que envolveu 65% dos direitos econômicos do jogador por cerca de R$ 15,7 milhões, foi mais um alento. Em 2021, o clube pretende faturar R$ 25 milhões com vendas de atletas.
Cargo garantido?
O martelo ainda não foi batido, mas Dado Cavalcanti deve seguir como técnico do Bahia para a temporada 2021. O A TARDE revelou, nesta semana, que há interesse de ambas as partes para que isso ocorra. O comandante, principal responsável pelo não rebaixamento e pela vaga na Copa Sul-Americana, já deu pistas.
“O que existe, no momento, são conversas planejando a temporada 2021. Essas conversas nos trazem a perspectiva de fazer uma reformulação no nosso grupo, de tentar um desenho de elenco um pouco mais próximo e mais compatível com as ideias que tenho trabalhado nesse final de temporada. A expectativa é que a gente comece a mudar a chave na próxima semana, iniciando uma competição extremamente difícil, que é a Copa do Nordeste”, revelou, em entrevista coletiva.
Desde que assumiu o elenco principal, após a demissão de Mano Menezes, Dado levou o Esquadrão a quatro vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Um aproveitamento de 44,4%. Vale lembrar que o clube vinha de cinco derrotas consecutivas com o antigo técnico, Mano Menezes. Contra Fortaleza (triunfo por 4 a 0) e Santos (2 a 0) a equipe atingiu seu ápice tático e técnico na temporada.
*Sob supervisão do editor Daniel Dórea