Comemoração do gol de Vinícius resultou na confusão que encerrou o duelo
Há exatamente um ano, uma confusão em campo marcou negativamente a história do futebol baiano. Era o primeiro Ba-Vi de 2018, válido pela sexta rodada do Campeonato Baiano. Antes do início da partida, arbitragem e jogadores se abraçaram no gramado com a intenção de estimular a paz, já que se trata do maior clássico do Nordeste. De lá pra cá, por determinação do Ministério Público, todos os duelos entre as duas maiores equipes do estado passaram a acontecer com torcida única.
Mandante do jogo, o Rubro-Negro abriu o placar no Barradão ao 33 minutos do primeiro tempo, com gol de Denilson. Aos quatro minutos do segundo tempo, o volante Uillian Correia tocou a mão na bola e o árbitro Jailson Macedo marcou pênalti. O atacante Vinícius cobrou e empatou pro Tricolor.
O que não era esperado é que a comemoração de um gol de empate pudesse ocasionar uma briga generalizada. Após balançar as redes do goleiro Fernando Miguel, o atacante fez uma dancinha e, poucos segundos depois, a confusão começou a rolar entre os jogadores. Enquanto uns tentavam apaziguar a situação, outros esqueceram o espírito esportivo e partiram para agressões físicas e verbais.
Devido à situação, a partida foi paralisada por cerca de 15 minutos. Na época, o elenco Rubro-Negro teve Kanu, Rhayner e Denilson expulsos. Já no tricolor, Vinícius, Lucas Fonseca e os reservas Edson e Rodrigo Becão também receberam cartão vermelho. Fernando Miguel, Yago e Anderson - goleiro reserva do Bahia - foram advertidos com amarelo.
Quando a torcida achava que a confusão tinha terminado, um novo tumulto voltou ao campo. Isso aconteceu 12 minutos após o recomeço da partida, quando Uillian Correia, que já tinha um amarelo, fez uma falta em Zé Rafael e também acabou expulso. Além de Correia, o zagueiro rubro-negro Bruno Bispo, que já tinha um amarelo, forçou a expulsão ao chutar a bola pra longe. Com esse lance, o clássico mais esperado do estado acabou antes da hora, porque, conforme o artigo 56 do regulamento do futebol, não é permitido que a partida continue quando um dos times fica com menos de sete atletas em campo.
O jogo, apesar de ter terminado em 1 a 1, acabou em 3 a 0 para o elenco Tricolor. Segundo o regulamento, ‘após o início da partida, se uma das equipes ficar reduzida a menos de sete (7) atletas, dando causa a essa situação, tal equipe perderá os pontos em disputa'.
A confusão foi levada para o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), e julgada pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA). A partir daí, o brilho e a festa comuns em clássicos Ba-Vi foram apagados: perdem os clubes, os torcedores e o esporte baiano.