Diego Renan afirma viver no Vitória a melhor fase da carreira
Quem viu Diego Renan converter com precisão todos os seis pênaltis que bateu neste ano talvez não tenha se dado conta de que, até então, o atual cobrador oficial do Vitória nunca havia batido um pênalti na carreira.
O macete para as pancadas certeiras no canto - cinco vezes no direito e uma no esquerdo, quase sempre deslocando o goleiro (apenas Marcelo Grohe, do Grêmio, pulou no canto certo, mas não alcançou a bola) - o atleta não aceita contar nem sob tortura.
"É melhor manter segredo. Se eu falar, vou entregar o ouro aos goleiros adversários (risos). Mas uma coisa é certa: é preciso ter frieza e tranquilidade, pois a pressão na hora da cobrança é muito forte".
Tudo começou no fim do ano passado, quando o meia Escudero, então capitão e cobrador de pênaltis da equipe, acertou sua ida para o Puebla, do México. Os dois postos, que ficaram vagos, hoje são ocupados por Diego.
"Foi uma situação que desenvolvi no Vitória. Nas outras equipes em que atuei, sempre havia outros batedores e eu nunca tinha a oportunidade de cobrar. Em 2015, o Vitória tinha Escudero. Neste ano, surgiu a oportunidade para mim e, graças a Deus, estou com um aproveitamento maravilhoso. Tenho treinado em toda véspera de jogo", comentou.
Os seis pênaltis, somados ao belo gol de fora da área no 3 a 0 sobre a Juazeirense pelo Campeonato Baiano, o colocam como o terceiro principal goleador do Vitória na temporada. Seus sete tentos só são superados pelos badalados atacantes Kieza, que tem nove, e Marinho, com 11.
Regularidade
Estar presente no Top 3 da artilharia reforça o fato de o lateral ser o atleta mais consistente do time na temporada. Ele é o que mais atuou pelo clube no ano. Jogou sem ser substituído em 27 das 29 partidas do Leão (só saiu mais cedo no último jogo do Campeonato Baiano, que rendeu o título ao Vitória, quando foi expulso em confusão com o zagueiro do Bahia Lucas Fonseca já nos acréscimos).
A quase onipresença ajuda Diego Renan a ser o jogador com mais assistências no time neste ano. São quatro, três no Brasileirão e uma no Baiano. De quebra, Diego é quem mais acertou passes pelo Leão em 2016: 376.
"Já vivi essa situação em 2014, no Vasco, quando fui um dos primeiros na lista com mais passes certos. Consequentemente, acertando mais passes, a chance de dar assistências aumenta", explica Diego, que afirma viver no Leão a melhor fase da carreira.
"Acho que isso é porque eu estou mantendo uma regularidade muito boa nos jogos, sem lesões, e, principalmente, por estar contribuindo com assistências e gols".
Para a fase ficar perfeita, só falta superar a crítica de alguns torcedores, que consideram que Diego ainda não é tão bom na defesa quanto no ataque.
Ele comenta: "Não acho as críticas injustas, pois todo mundo tem o direito de falar aquilo que acha, mas eu foco no que eu sei que sou capaz. Eu me cobro muito nesse aspecto defensivo. Se forem olhar, estou entre os que mais roubam bola em nossa equipe".