Levi Vasconcelos | Ag. A Tarde
Serra da Quixaba, Sento Sé: o garimpo de ametista ameaçado de cair na clandestinidade
Edson Duarte, o baiano de Juazeiro que já foi vereador lá antes de tornar-se deputado estadual e federal, desde o mês passado ministro do Meio Ambiente, estendeu o olhar para a região da terra natal, reabilitando a esquecida APA do Boqueirão da Onça, em Sento Sé.
A questão: a APA do Boqueirão da Onça engloba a Serra da Quixaba, onde está o garimpo de ametistas que ano passado causou sensação na mídia pelo grande número de pessoas que atraiu em todo o Nordeste.
Trava geral —Raimundo Sobreira, superintendente do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) na Bahia, diz que se o garimpo fechar vai ser muito ruim.
– Lá tem mais de três mil famílias e atividade que envolve outras 40 mil. Estamos tentando negociar a liberação de uma área de 100 hectares, a do garimpo, que já está degradada.
Diz Sobreira que a APA vai impedir a liberação de mais de 200 concessões de lavras, de outros minerais, só lá.
A estrela que sempre apaga
Sempre na mídia como protagonista de polêmicas memoráveis, o deputado Targino Machado (DEM), um médico da ativa, se diz absolutamente tranquilo com a forma como conduz o mandato, apesar dos muxoxos dos colegas:
– Eu tenho uma estrela na bunda, quando eu sento ela se apaga.
Targino diz estar tranquilo com a expectativa da reeleição. Acha que está melhor do que em 2014.
Parente, saída sem lamentos
Um deputado federal baiano aliado de Temer (que não quis se identificar porque está cheio de emendas para distribuir), crítico de Pedro Parente na Petrobras por conta dos aumentos no preço do combustível, ao saber ontem da demissão dele, ironizou:
– Toda família é assim, sempre tem alguém que todo mundo adora quando vai embora. É o caso.
Ok. Mas será a crítica saudade? Antes, gasolina não subia e se roubava à vontade.
Dia de cão em Piraí do Norte
Piraí do Norte, cidade do baixo sul, entre Ituberá e Gandu, viveu um dia de cão anteontem. Em plena procissão de Corpus Christi, um carro (Pálio) sem freio desceu uma ladeira desgovernado e atropelou mais de 30 pessoas.
Algumas vítimas tiveram fraturas expostas, mas poderia ter sido pior. O empresário Ivan Cairo, filho da terra, cita a cena da tragédia:
– A Ladeira do Coité é longa e íngreme. Foi milagre não ter morrido gente.
A Festa da Banana e o embananamento da greve
Teolândia, no baixo sul, vive desde ontem até o dia 12 a Festa da Banana, com 21 shows, ao custo de R$ 500 mil, que atrai mais de 50 mil pessoas.
Lá, mais nos vizinhos Wenceslau Guimarães e Tancredo Neves, banana é tudo. Principal atividade econômica, de onde mais de 100 caminhões partem semanalmente para São Paulo.
O prefeito Carlos Alberto Santos, o Kaká (PRB), de Wenceslau, diz que Teolândia roubou a cena fazendo a festa, mas na real o município por ele dirigido é o maior produtor.
– Somos os grandes produtores de frutas da Bahia, tendo à frente banana e graviola.
Talvez por isso na greve dos caminhoneiros a área protagonizou um fenômeno único em todo o País: ficou embananada, literalmente.