Da0car - Os presidentes de Chade, Idriss Deby Itno, e do Sudão, Omar el-Bechir, devem assinar na noite desta quarta-feira, 12, em Dacar na presença do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon um novo acordo de paz apresentado pelo Senegal como uma "solução definitiva" para seus conflitos.
Porém, antes mesmo de sua assinatura, várias vozes se levantaram para expressar dúvidas sobre seu impacto real no terreno. De fato, os cinco acordos precedentes não trouxeram qualquer solução e não amenizaram as tensões existentes entre os dois países desde o início do conflito de Darfur, no oeste do Sudão, em 2003.
Inicialmente prevista para as 10H00 GMT, a assinatura foi adiada para as 20H00, e poderá ser adiada novamente devido à chegada tardia a Dacar do presidente Bechir.
O presidente Deby, por sua vez, desembarcou às 12H30 GMT na capital senegalesa. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está em Dacar desde a manhã de hoje.
Esta "cúpula da reconciliação" entre os dois chefes de Estado acontece após uma tentativa de derrubada do regime do presidente chadiano no início de fevereiro por rebeldes procedentes do Sudão, país acusado hoje por N'Djamena de continuar a lhes fornecer armas e reforços.
N'Djamena, por sua vez, apóia algumas facções da rebelião sudanesa de Darfur, principalmente o Movimento pela Justiça e a Igualdade (JEM), dirigido por zaghawas, a etnia do presidente Deby.
"Vamos finalizar um trabalho que já começou. Oremos para que todas partes assinem, vai ser bom para a África", declarou na noite de terça-feira o ministro senegalês das Relações Exteriores, Sheikh Tidiane Gadio.
Ponderando o otimismo das autoridades senegalesas, o presidente sudanês emitiu dúvidas sobre a assinatura de um novo acordo de paz.
"Temos cinco acordos assinados com Chade", declarou Bechir aos jornalistas em Dubai.
O dirigente sudanês citou o último deles, assinado em maio em Riad com seu colega chadiano sob o patrocínio do rei Abdullah da Arábia Saudita, mas que nunca foi aplicado.