Um clérigo muçulmano paquistanês anunciou que homenageará o milionário saudita no exílio Osama bin Laden, líder da rede extremista Al-Qaeda, em resposta à concessão do título de cavaleiro ao escritor anglo-indiano Salman Rushdie, autor de "Os Versos Satânicos". O Paquistão, aliado de Washington e de Londres, protestou por meio de canais diplomáticos à decisão do Reino Unido de conceder o título de "sir" a Rushdie, acusado de insultar o Islã no polêmico livro.
Enquanto isso, manifestantes voltaram a sair às ruas para exigir que o Reino Unido recue de sua decisão. Bonecos representando Rushdie e a rainha Elizabeth II foram queimados. Londres recusa-se a ceder à pressão. Allama Tahir Ashrafi, líder do Conselho Ulema, anunciou hoje que seu grupo homenageará Bin Laden com o título de "Saifullah", que significa "Espada de Deus", por ter "servido aos muçulmanos em sua guerra santa contra os infiéis".
"Se a Grã-Bretanha pode dar o título de cavaleiro a Rushdie, nós temos o direito de homenagear nossos líderes e heróis", disse Ashrafi à Associated Press. Ele comentou que, como não está em contato com Bin Laden, a homenagem será entregue ao líder da Al-Qaeda "no momento mais adequado". Ashrafi disse que seu grupo representa mais de 3.000 clérigos. O ministro de Assuntos Religiosos do Paquistão, Mohammed Ijaz ul-Haq, disse desconhecer a idéia de homenagem.