A chegada de 2007 foi celebrada em todo o mundo com fogos de artifício e muita festa, ainda mais intensa na Romênia e Bulgária, que entraram oficialmente para a União Européia (UE), mas com preocupação na Espanha e Tailândia, em decorrência dos atentados cometidos na véspera do Ano Novo.
Milhões de pessoas saíram às ruas nas grandes cidades de todos os continentes para receber o ano de 2007. No Rio de Janeiro, quase dois milhões de pessoas encararam a chuva fina e a apreensão provocada pelos atentados cometidos pelo crime organizado na última semana para celebrar o reveillon nas praias de Copacabana e Ipanema.
Quase um milhão de pessoas, número 40% menor em comparação ao ano passado, acompanhou nas areias de Copacabana a tradicional queima de fogos de artifício que atrai turistas de todo o mundo, segundo a Polícia Militar.
A chuva insistente e os shows em Ipanema parecem ter reduzido o atrativo do show pirotécnico em Copacabana, opinou o inspetor da Guarda Municipal José Ricardo Soares.
Em Ipanema, meio milhão de pessoas acompanharam uma série de apresentações durante a noite, que teve como ponto alto, passada a meia-noite, o show do grupo americano de hip-hop Black Eyed Peas, com participação do brasileiro Sérgio Mendes. No decorrer da festa, o público chegou a 1,5 milhão de pessoas, segundo a polícia.
"É possível que muitas pessoas tenham desistido de ir ao evento em Copacabana por causa da chuva. Em Ipanema, as atrações eram para um público mais joven que iria independentemente da chuva ou qualquer outro problema", disse Soares.
Os cariocas vivem desde quinta-feira sob tensão por causa de uma onda de ataques do crime organizado que deixou 19 mortos, incluindo oito pessoas carbonizadas dentro de um ônibus incendiado por traficantes.
Em Nova York, quase um milhão de pessoas compareceram à célebre Times Square, no coração da cidade, para festejar a chegada do Ano Novo, em meio a um grande dispositivo de segurança ante temores de represálias pela execução, no sábado, do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein.
A multidão lotou a praça nova-iorquina em uma noite com menos frio do que a média do inverno americano. As pessoas fizeram a contagem regressiva dos últimos 60 segundos de 2006 para ver a descida da famosa bola de cristal e renovar a tradição que dá as boas-vindas ao Ano Novo na "Big Apple".
Apesar dos serviços de inteligência dos Estados Unidos não terem emitido nenhum alerta específico sobre eventuais atentados, a polícia de Nova York reforçou o esquema de vigilância por precaução, um dia depois do enforcamento de Saddam Hussein em Bagdá.
Horas antes, na Europa, concertos, fogos de artifício e, sobretudo, esperança de um futuro melhor no "clube dos ricos" levou às ruas de Bucareste dezenas de milhares de romenos, que à meia-noite celebraram a entrada do país na União Européia (UE).
Milhares de búlgaros também festejaram em Sófia a adesão do país à UE, com um grande espetáculo de luz e som, ao mesmo tempo que a Eslovênia comemorava a adoção do euro, passando a ser o primeiro antigo país comunista a viver com a moeda única.
Porém, em Madri o atentado cometido sábado pela organização separatista armada basca ETA no aeroporto da capital provocou a suspensão das festas oficiais. Dois equatorianos desaparecidos entre os escombros são considerados mortos pelo governo de Quito.
Mesmo assim, dezenas de milhares de madrilenos se reuniram, como é tradicional, na praça Porta do Sol para receber 2007.
Em Paris, 400.000 pessoas, segundo a polícia, celebraram sem incidentes o reveillon em Champs Elysées.
Na Alemanha, centenas de milhares de pessoas, segundo a polícia, mais de um milhão, segundo os organizadores, festejaram com uma temperatura de cinco graus positivos no Portão de Brandemburgo, centro histório de Berlim, iluminado com fogos de artifício.
Na Grã-Bretanha, as festas públicas foram suspensas em várias cidades do noroeste do país para garantir a segurança ante as fortes tempestades, mas o centro de Londres pôde apreciar o tradicional espetáculo pirotécnico.
Antes, a região Ásia-Pacífico foi a primeira do mundo a dar as boas-vindas a 2007.
Sydney deu início à festa no planeta, com os fogos em sua baía, diante da famosa Ópera australiana, na presença de um milhão de pessoas.
A despedida de 2006 foi marcada por tristeza em Bangcoc, onde várias bombas provocaram três mortes e deixaram quase 30 feridos, incluindo nove estrangeiros. A capital tailandesa cancelou as celebrações públicas e pediu às dezenas de milhares de pessoas reunidas diante do imenso centro comercial Central World Plaza que retornassem para casa.
Os japoneses também celebraram o Ano Novo em Tóquio, de maneira tranqüila.
Na China, o presidente Hu Jintao deu as boas-vindas a 2007 na Ópera de Pequim. Taiwan optou por uma fórmula mais moderna: reunir milhares de pessoas para tocar simultaneamente o tambor ao ritmo da famosa canção do grupo Queen "We will rock you".
No Oriente Médio, os fogos de artifício iluminaram o céu à meia-noite, mas a imprensa da região do Golfo pediu, um dia depois da execução de Saddam Hussein, um 2007 menos pior que 2006, um ano repleto de catástrofes, violência e sangue.
Nos países muçulmanos, o Ano Novo coincidiu com a festa do sacrifício, o Aid-Al-Adha.