Um grupo rebelde pouco conhecido do Saara ameaçou matar dois turistas italianos seqüestrados esta semana, no sudeste do Níger, se o Exército atacar para libertá-los, noticiou a rádio francesa na sexta-feira.
Os dois faziam parte de um grupo de 20 pessoas, principalmente italianos, capturados na segunda-feira enquanto viajavam em um comboio. Dezoito dos turistas foram libertados na terça-feira.
"Os dois reféns estão aqui, sentados ao nosso lado", disse à rádio francesa um homem que afirmou representar as Forças Armadas Revolucionárias do Saara (Fars).
"Estamos muito bem armados. Se o Exército ousar nos atacar, vamos matar os reféns e fugir para as montanhas", disse ele.
Giovanni Davoli, um diplomata italiano na capital do Níger, Niamei, disse que os serviços de segurança do Níger estavam perseguindo os seqüestradores.
Ele explicou que não teve contato com os seqüestradores, mas que um dos reféns conseguiu telefonar para sua mulher.
"Um dos italianos levados por essas pessoas falou com sua mulher para dizer que está bem. Eles estão em boa saúde, bem tratados", disse Davoli à Reuters.
Em Roma, o ministério das Relações Exteriores negou-se a falar dos últimos acontecimentos. Em um comunicado mais cedo, o ministério disse que estava fazendo o possível para garantir a libertação dos italianos.
A Fars é um dos vários grupos armados das minorias étnicas nômades do Níger que fizeram levantes armados na década de 1990.
Falando em dialeto local à Radio França Internacional, o homem que representa o grupo disse que os italianos foram seqüestrados porque o governo do Níger não respeitou os acordos de paz e porque o Exército do Níger matou seu líder.