Merkel deve ser declarada chanceler alemã no próximo dia 14 de março
O partido alemão Democrata Social concordou em firmar um novo governo de coalizão com o partido conservador União Democrata-Cristã, encerrando um período de quase seis meses de incertezas na política do país. Esse foi o período mais longo em que a Alemanha ficou sem governo na era pós-guerra.
O anúncio feito neste sábado, 3, garantiu o 4º mandato da atual líder do país, Angela Merkel, que deve ser declarada chanceler alemã no próximo dia 14 de março, e volta a colocar a maior economia do bloco europeu em posição de responder os desafios impostos à União Europeia pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
Mas a estabilidade do novo governo deve ser testada, já que o partido de Merkel e também o Social Democrata passam por um processo de reformulação e encontram no partido de extrema-direita, Alternativa Para Alemanha, como a maior oposição dentro do Parlamento.
Quando o tesoureiro do partido Social-Democrata, Dietmar Nietan, anunciou que a maioria do partido deu sinal verde para a grande coalizão, a reação de quem estava presente foi mais de alívio do que entusiasmo.
“Agora nós temos alguma clareza”, afirmou um dos líderes do partido Social-Democrata, Olaf Scholz, um dos fortes candidatos ao cargo de ministro das Finanças. Ele ainda garantiu “que o partido fará parte do governo”.
Maioria dos votos
A votação a favor da grande coalizão por parte do partido Social-Democrata ficou em 66,02% a favor, de um total de 463.723 membros com direito a voto. Eles votaram pela permanência da coalizão que garantiu o governo nos últimos quatro anos - um resultado menor que os 76% que votaram a favor dessa coalizão no mandato anterior.
Em setembro do ano passado, o líder do partido Social-Democrata, Martin Schulz, havia inicialmente decidido não fazer parte da coalizão do governo de Merkel.
Mas a falha nas conversas entre o partido de Merkel, os Democratas Livres e partido Verde forçaram o partido de centro-esquerda a retomar as negociações. Sob pressão, o partido Social-Democrata conseguiu conquistar uma vitória surpreendente e garantiu que a chanceler cedesse o controle do Ministério da Economia.
Uma ala jovem do partido, liderado por Kevin Kühnert, realizou uma campanha que encorajou membros do partido a rejeitar o acordo firmado pelas lideranças mais antigas do Social-Democrata em se juntar ao partido de Merkel.
Assistindo ao anúncio do resultado, Kühnert expressou seu desapontamento com a votação, mas afirmou que irá fazendo sua parte e realizar um papel ativo no debate sobre o papel da esquerda no futuro da Alemanha. “O desapontamento está presente entre os membros da Juventude Socialista e em mim. Nós ficaremos de olho no governo alemão - nos seus dois lados”.