Retaliações viraram tema das novas discussões entre Pequim e Washington após a apresentação americana de um novo plano para tarifar o montante de até US$ 400 bilhões de mercadorias compradas da China. Os asiáticos admitiram pela primeira vez que está em guerra comercial com os Estados Unidos.
O Ministério do Comércio da China afirmou que reagirá com medidas “qualitativas” e “quantitativas” caso os Estados Unidos optem por apresentar nova lista com outras tarifas sobre bens chineses. O órgão ainda afirmou que “os Estados Unidos iniciaram uma guerra comercial e violaram regulações de mercado, e estão prejudicando os interesses não apenas do povo da China e dos Estados Unidos, mas do mundo”.
Na última segunda-feira (18), Donald Trump afirmou que as tarifas entrarão em vigor se a China se recusar a mudar suas práticas. O presidente americano prometeu novas tarifas caso os chineses retaliem. Pequim prosseguirá com seu plano de reformas e abertura da economia, independente do cenário externo.
As novas tensões comerciais entre as duas nações fizeram com que as ações nos mercados acionários da China despencassem. Em Xangai, as perdas somavam 4% no início do dia, e o iuan caía ao menor nível em mais de cinco meses em relação ao dólar.
Grandes empresas norte-americanas aguardam com preocupação as decisões de Estados Unidos e China, na esperança de que os dois países chegarão a um acordo. Uma delas é a Apple, conforme noticiou o “The New York Times”.
Segundo o jornal, o presidente da multinacional norte-americana, Tim Cook, teria visitado a Casa Branca para alertar Trump sobre as eventuais consequências da guerra comercial com Pequim.
Os dispositivos móveis iPhone são produzidos pela gigante Foxconn, em uma fábrica instalada em território chinês. Trump se comprometeu a Cook de que não vai impor taxas de importação para iPhones oriundos da China.