Fuzileiros foram mortos durante os confrontos na Guerra da Coreia
Os restos mortais de um número ainda desconhecido de soldados americanos mortos durante a Guerra da Coreia foram devolvidos aos Estados Unidos. Donald Trump classificou o gesto como “um grande momento” vivido entre os dois países que buscam melhorar suas relações diplomáticas.
Um avião de transporte militar americano voou até uma base aérea na cidade de Wonsan para trazer os restos mortais dos soldados para a base aérea da cidade de Osan, de acordo com comunicado divulgado por oficiais norte-coreanos. A repatriação formal está agendada para a próxima quarta-feira, na cidade de Osan.
Trump agradeceu o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em uma postagem no Twitter. “Os restos mortos de soldados americanos serão levados em breve para os Estados Unidos. Após tantos anos, este será um grande momento para muitas famílias. Obrigado, Kim Jong-un”.
Para a Casa Branca, esse foi um passo significante. “Hoje, o líder norte-coreano está honrando parte do compromisso que ele firmou com o presidente americano de retornar membros do serviço americano que se foram. Nos sentimos gratos pela ação norte-coreana e pelo momento de mudanças positivas”.
Arnaldo Cardoso, professor de Relações Internacionais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que o gesto pode ser visto como um avanço diplomático. “A diplomacia é um importante instrumento para as relações pacíficas entre os países. É um bom sinal da disposição do governante norte-coreano em cumprir com o que foi acordado na última Cúpula de Singapura.
Soldados desaparecidos
Mais de sete mil soldados americanos estão listados como desaparecidos após a Guerra da Coreia, e os restos mortais de mais de cinco mil soldados ainda devem estar no país. A guerra dizimou a vida de milhões de pessoas, incluindo 36 mil soldados americanos.
Era esperado que Pyongyang retornasse 55 grupos de restos mortais da Guerra da Coreia, entre os anos de 1950 e 1953. Um passo importante para honrar compromisso feito com Trump durante o encontro dos líderes, em junho deste ano.
Nesta sexta-feira, 27, fez 65 anos do armistício que deu fim aos confrontos acontecidos durante a Guerra da Coreia. O país celebra esse dia como um vitória que libertou o país e seus cidadãos da guerra.
Esforços para recuperar os restos mortais de soldados americanos foram interrompidos por mais de uma década devido ao programa nuclear norte-coreano e uma reclamação prévia dos Estados Unidos de que sua equipe não tinha a segurança necessária para trabalhar no país.
O professor Arnaldo afirma que esse avanço veio de um esforço conjunto. “O atual avanço nas negociações entre EUA e Coreia do Norte foram precedidas por negociações entre as duas Coreias, para a assinatura de um tratado de paz substituindo o armistício assinado no final da guerra. Esse avanço nas negociações de paz envolvendo a Coreia do Norte contou com o empenho pessoal do presidente chinês Xi Jinping, e isso foi crucial”.