Os líderes Kim Jong-un e Vladimir Putin durante cúpula em Vladivostok
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, considera que os Estados Unidos agiram de "má fé" durante sua cúpula com o presidente Donald Trump em Hanói, em fevereiro, e que a situação na península coreana atingiu "um ponto crítico", revelou nesta quinta-feira, 25, a agência oficial KCNA.
Kim fez os comentários durante sua primeira cúpula com o presidente russo, Vladimir Putin, em Vladivostok, um encontro que qualificou de "aberto e amistoso".
Segundo a KCNA, Kim convidou Putin a visitar a Coreia do Norte "em um momento oportuno", e o "convite foi aceito de bom grado" pelo líder russo.
Os comentários críticos à atitude americana chegam uma semana depois de Pyongyang pedir que o secretário de Estado, Mike Pompeo, seja retirado das conversações nucleares com Washington, acusando-o de descarrilar o processo.
O líder norte-coreano disse que "a situação na península da Coreia e sua região está estancada e em um ponto crítico", segundo a KCNA.
Kim advertiu que a situação "poderá voltar a seu estado original, já que os Estados Unidos adotaram uma postura unilateral de má fé na segunda cúpula entre Coreia do Norte e Estados Unidos".
A segunda cúpula, celebrada em fevereiro em Hanói, terminou sem um acordo sobre o arsenal nuclear da Coreia do Norte.
Pyongyang pedia um alívio imediato das sanções, mas as duas partes não conseguiram chegar a um acordo sobre as concessões que a Coreia do Norte deveria fazer em troca.
Durante sua reunião com Kim, o presidente russo se posicionou como um contrapeso aos Estados Unidos, insistindo que o Norte precisa de "garantias sobre sua segurança e a preservação de sua soberania".
"Precisamos voltar ao estado no qual o direito internacional, e não a lei do mais forte, determina a situação no mundo", declarou Putin.
Kim disse ao líder russo que a paz e a segurança na península coreana dependem completamente da atitude dos Estados Unidos e que seu país "estará preparado para qualquer situação", segundo a KCNA.