Fundador do WikiLeaks é acusado de infringir uma lei de espionagem e conspirar para obter documentos americanos secretos
A Justiça Britânica negou o pedido de extradição do fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, nesta segunda-feira, 4. O pedido havia sido feito pelo governo dos EUA que deseja que Assange enfrente acusações de infringir uma lei de espionagem e conspirar para obter documentos americanos secretos hackeando computadores do governo.
De acordo com a juíza responsável por analisar o caso, Vanessa Baraitser, a negativa ao pedido se deve a preocupações com a saúde mental de Assange e ao risco de suicídio do réu em solo americano mesmo que os promotores dos EUA tenham cumprido os requisitos para a extradição
"A impressão geral é de um homem deprimido e às vezes desesperado, temeroso por seu futuro. (...) estou convencida de que os procedimentos descritos pelos EUA não impedirão o Sr. Assange de encontrar uma maneira de cometer suicídio e por esta razão decidi que a extradição seria opressiva por motivo de dano mental e ordeno seu arquivamento", afirmou.
O ativista é alvo de 18 acusações relacionadas à divulgação de registros militares, diplomáticos e confidenciais dos EUA que, de acordo com autoridades americanas, teriam colocado "muitas vidas em perigo". Caso seja condenado, Assange pode ser setenciado a até 175 anos de prisão.
O governo americano tem um prazo de 14 dias para recorrer da decisão, algo que já anunciou que fará. Já a defesa de Assange, anunciou que vai protocolar um pedido de fiança para seu cliente.